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22 junho 2007

Reflexos



Foto: Minha autoria






Ali mesmo, perto do virar de algo, encontro a minha repetição… Este ano é que vai ser!!!! E será, não tenho dúvida alguma. Será!!!!!, porque todos os anos o é, por isso também este não fugirá à regra. A meio do ano penso ainda estar no seu começo, a aguardar mudanças que desconheço, mas necessito e, quando o seu final chega, olho para todos os lados e nada vejo, mas sinto. E o belo reside aí – no desconhecimento que anseio, na tentativa de dar um passo diferente, que dou e do qual só me apercebo quando já não existe e desconheço se o sei ou o quero repetir.

Gosto de mim assim, sem noção do tempo, sem noção do espaço, completamente à nora, sem reversos, ou vice versos, à toa com os caminhos reais e irreais, em busca de algo que possivelmente tenho, mas não sei o que seja.

É giro, é característico, é patusco e começo a habituar-me, como se uma grande vírgula fosse, colocada no sítio errado, mas bem visível.

Rio de mim e para mim… gozo com prazer mesquinho o meu íntimo porque me sei um caso perdido entre dúvidas que não formulo, por disso não necessitar… estão todas lá, misturadas em partículas de puzzle, à mão de semear, ainda que a sua imagem se forme à frente ou atrás do foco da minha percepção, por tal sempre desfocadas, por excesso ou defeito. Quero lá bem saber onde está o centro. Que se lixe o centro, o equilíbrio, o perfeito, o simétrico… Sou imperfeita e não me importo, ainda bem.

Sonho a surpresa de me surpreender, sem que disso me dê conta no tempo certo. Igualzinha a uma criança inquieta e impaciente, questiono o presente de que me presenteio e tento adivinhá-lo, por entre fintas a que resisto, não revelando o seu interior, a mim, conhecedora e desconhecedora, ofertante e ofertada.

É giro! Repito.

E sei que os meus olhos brilham de emoção e ansiedade nesse constante jogo, saído de uma inércia teimosa, aguardando que os dados da vida se lancem a eles próprios, desconhecendo a sua velocidade e vícios.

E caminho por entre ventos calmos e tempestuosos, trauteando a felicidade de não ser rígida e de me aguentar sem partir.