28/09/2009 - Eleições Legislativas
E para que não restem dúvidas, "the winner is":
Ganhou a abstenção, na sua maioria composta por gente sem sangue na guelra, egoísta, que anda no mundo a pensar que tudo se resolve sem a sua intervenção. Parte das gentes que correm para o café para, em gritos ordinários, insultar equipas de arbitragem, apelidar de “Amélias” alguns jogadores e rezingarem contra os clubes adversários. Os mesmos que enchem o peito de orgulho ao verem o seu estádio à pinha, enquanto arrotam as bejecas e os tremoços.
Fartei-me de ouvir que o voto é um direito, prefiro saber que é um dever, um dever que me encharca a alma de nós e me oprime o peito quando vejo não cumprido. Então… mais facilmente se enche um estádio de futebol que se cumpre o dever de votar?! Não quero um povo assim!
Pela primeira vez o meu filho votou. Fê-lo com entusiasmo e crença. No fim olhou meus olhos, vinham os dele em desilusão ao encontro dos meus em vergonha.
“- Então…. Quem não votou?, a minha ou a tua geração?” – perguntou-me.
Gostaria de responder que ambos, mas… decerto foi a minha geração a culpada, porque não votou nem sensibilizou seus filhos a fazê-lo.
A minha geração, feita de mulheres choronas, sós ou maltratadas, homens incultos de olhos gordos para as boazonas, futebóis, carros, muitos álcoois e fumos. A minha geração, aquela que desvaloriza uma revolução, que ao invés de sangue foi de cravos e, no entanto, parece traumatizada de guerra. A minha geração que continua a espetar ferros nos touros fervendo com os aplausos.
A geração que não distingue a abstenção do voto nulo.
Hoje, ainda ontem, gostaria de afirmar que temos um valor intrínseco, mas afinal somos é mandriões, displicentes, amorfos. Acredito que este povo de brandos costumes nem com choques eléctricos lá vai.
Agora... francamente, obrigam um gajo a deslocar-se para tão longe e nem uma compensaçãozita?!?!?!?!E que tal um prémio a sortear?, estilo um carrito, ou uma viagem num hotel de 3 estrelitas, qualquer coisita motivava o Zé Povinho a dar o seu voto.
A vidinha continua e, nem de propósito, neste comboio feito de vozes esganiçadas, eles falam do espectacular Benfica e da derrota do Sporting frente aos dragões… elas falam de doenças, desgraças e telenovelas. Os mais jovens, de pernas esticadas, corpo quase deitado no banco, mandam tokings e deitam sibilos pelos ouvidos.
Sobre as eleições!??? NADA!! Dir-se-ia que nem houve, ou foi em outro planeta.
E eu… fecho este caderno, volto a colocar a minha musiquinha, encolho os ombros e tento sonhar.
E para que não restem dúvidas, "the winner is":
Eleitores inscritos - 9 514 322 - -
Eleitores votantes - 5 683 967 - 59,74%
Abstenção - 3 830 355 - 40,26%
Eleitores votantes - 5 683 967 - 59,74%
Abstenção - 3 830 355 - 40,26%
Ganhou a abstenção, na sua maioria composta por gente sem sangue na guelra, egoísta, que anda no mundo a pensar que tudo se resolve sem a sua intervenção. Parte das gentes que correm para o café para, em gritos ordinários, insultar equipas de arbitragem, apelidar de “Amélias” alguns jogadores e rezingarem contra os clubes adversários. Os mesmos que enchem o peito de orgulho ao verem o seu estádio à pinha, enquanto arrotam as bejecas e os tremoços.
Fartei-me de ouvir que o voto é um direito, prefiro saber que é um dever, um dever que me encharca a alma de nós e me oprime o peito quando vejo não cumprido. Então… mais facilmente se enche um estádio de futebol que se cumpre o dever de votar?! Não quero um povo assim!
Pela primeira vez o meu filho votou. Fê-lo com entusiasmo e crença. No fim olhou meus olhos, vinham os dele em desilusão ao encontro dos meus em vergonha.
“- Então…. Quem não votou?, a minha ou a tua geração?” – perguntou-me.
Gostaria de responder que ambos, mas… decerto foi a minha geração a culpada, porque não votou nem sensibilizou seus filhos a fazê-lo.
A minha geração, feita de mulheres choronas, sós ou maltratadas, homens incultos de olhos gordos para as boazonas, futebóis, carros, muitos álcoois e fumos. A minha geração, aquela que desvaloriza uma revolução, que ao invés de sangue foi de cravos e, no entanto, parece traumatizada de guerra. A minha geração que continua a espetar ferros nos touros fervendo com os aplausos.
A geração que não distingue a abstenção do voto nulo.
Hoje, ainda ontem, gostaria de afirmar que temos um valor intrínseco, mas afinal somos é mandriões, displicentes, amorfos. Acredito que este povo de brandos costumes nem com choques eléctricos lá vai.
Agora... francamente, obrigam um gajo a deslocar-se para tão longe e nem uma compensaçãozita?!?!?!?!E que tal um prémio a sortear?, estilo um carrito, ou uma viagem num hotel de 3 estrelitas, qualquer coisita motivava o Zé Povinho a dar o seu voto.
A vidinha continua e, nem de propósito, neste comboio feito de vozes esganiçadas, eles falam do espectacular Benfica e da derrota do Sporting frente aos dragões… elas falam de doenças, desgraças e telenovelas. Os mais jovens, de pernas esticadas, corpo quase deitado no banco, mandam tokings e deitam sibilos pelos ouvidos.
Sobre as eleições!??? NADA!! Dir-se-ia que nem houve, ou foi em outro planeta.
E eu… fecho este caderno, volto a colocar a minha musiquinha, encolho os ombros e tento sonhar.