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22 agosto 2010

Controvérsia em Mi(m)


Sempre que choro sem identificar os motivos sinto-me menos mal, menos ralada. A mente abre um dique em busca de um qualquer alívio.

Não é decerto masoquismo ou auto-comiseração, mas um choro libertador, cheio de asas, um choro que se separa de todos os outros choros que, angustiantes, mergulham em desespero de enchaquecas, em rappeis de desgraças, entremeadas com subidas alucinantes de parapente, de raivas impossíveis de conter.

E é sobretudo quando páro em relax total, em abandono do corpo, que este choro surge em promessas de libertação de grilhetas, a lembrar-me um Eu que se afasta cada vez mais de Mim.

E as lágrimas quentinhas e silenciosas minam-me a imaginação em danças de loucura, repletas de adrenalina, com rodopios de cabelos encharcados em suor, ranger de ossos em limite, esgares feios, libertados na solidão.

Talvez este choro calmo me liberte, mas também me assicata a dor.

Preciso tanto descansar… não tenho a certeza de querer… de como o fazer…