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14 novembro 2010

O som da liberdade





Deveria ser uma bailarina cantante... saltar sebes, correr pelo mato, respirar o odor do tempo, gargalhar o riso, fazer a minha felicidade, permitir-me ser sempre eu.


Estar rodeada de gente gira, descomplicada, amiga. Contorcer-me em passos impossíveis, cheios de música e graciosidade até me estafar e espojar-me pela terra cheirosa, sentir-lhe o som, o ranger das rochas, o sibilo do vento.


Deixar a chuva entranhar-se em minha alma, lavá-la das impurezas.


Ser leve, sonhadora, criança-mulher.


Pegar a vida entre as mãos, moldá-la, transformá-la...


Não ter medo do amanhã, dos olhares, da solidão, dos sacrifícios, do desconhecido.


Viver.


Maravilhar-me com tudo, encher o pensamento de esperança, ter a certeza que o meu nascimento não foi coisa vã.


Semear a esperança, abrir o coração e voar.


Saber o que sinto, com ternura, com beleza, com vontade de acariciar o gosto, de sempre albergar a timidez da inocência.


Olhar muito, ver muito, sentir ainda mais que vale a pena, que valerá sempre a pena a escolha, a coragem de não partir sem ficar.


Quero ser bailarina cantante e abraçar o mundo.