Deixei-o no Hospital, sem as minhas asas, sem o meu olhar inútil.
- Mononucleose infecciosa… coisa banal, uns meses e passa.
Deixei-o no Hospital, com tubinhos a levarem algum alívio, a permitirem a médio prazo que voltasse a respirar… a sentir o ar entrar.
- O fígado e o baço incharam, mas… com repouso e cuidado recuperará…
Deixei-o no hospital, numa maca, rodeado de gente em dores.
- Não há vaga nos quartos, vai ter de ficar no corredor…
Deixei-o no Hospital, com uma lapiseira e umas folhitas arrancadas ao meu fiel cadernito, sem fala.
Deixei-o no Hospital, cheia de medo que não ouvissem os seus gemidos, que não dessem pelo ar que lhe pudesse faltar…
E regressei a casa, sem ele, a transbordar dele.
O dia de ontem passou como se de uma eternidade se tratasse. Hoje o dia voou e finalmente estou exausta. Amanhã quero um dia lindo, que passe sem passar, mas deixe rasto a felicidade. Poderá ser?
E sim, continuo em busca do que não sei… com a certeza de que depende do acaso em forma de sorte e de mim e de todos os outros.
E vejo mal, olho mal, mas sinto muito!
Sentimentos transformados em divagações; tentativas de descrever o que percepciono; ginástica no uso da escrita; pretensão de escrever... mais do que dar-me, vou-me ao trabalho!
02 outubro 2008
Mononucleose Infecciosa
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