Sempre tive receio que de frente me olhasses
assim…
bem de frente e com a luz do dia a cegar-me.
Receio de todos os meus defeitos perceberes:
os sulcos em forma de rugas, a flacidez da pele amarelecida…
Também por isso, segurei tuas mãos
naquela esplanada com cheiro a mar
e, com insegurança, deixei teus olhos nos meus poisar,
dessa forma saberia por onde andava teu olhar.
Só não aguentei tamanho brilho.
Pareceu-me admiração, amor, desejo… e baixei o rosto em aflição.
Foi também por mais isso que me levantei
e, em rápidos passos, me coloquei por detrás de ti
sem deixar que te virasses, e de novo me olhasses.
Abracei-te então,
e meu rosto, encoberto pelo cabelo, poisou tua nuca.
Foi um abraço sentido, cheio de carinho, medo, esperança e confusão.
1 comentário:
E olha logo o mulherão que foste escolher para a banda sonora deste post ;)
Enviar um comentário