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05 dezembro 2010

A Fuga

Senti-te chegar de forma abrupta num barulho ensurdecedor e agressivo.

Carregavas presenças várias, cheiros, cores, até manias. Tocaste em mim, na minha solidão, bruscamente, até me modificares a calma, até me tornares nela.

Não sei se gosto de ti… mas, há pouco, quando tocaste os meus cabelos, fiz apelo à razão, corri o mais que pude, resisti à vontade de ficar, para que me envolvesses por completo.

Fugi!

Apeteceu-me sentir-te, mas soube-me bem fechar a porta, deixando-te para trás.

Agora, no silêncio deste quarto, olho por entre a escuridão as janelas. Nos vidros virados a Céu resvalas docemente, te encontras, em riscas húmidas te transformas até caíres inofensivamente no chão do meu quintal.

2 comentários:

ana ventura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joao rafael ventura ferreira disse...

Gosto da escrita com sensualidade... Gosto de portas que se fecham e ao mesmo tempo de corações abertos. Gosto de ler...
Não sei se gosto de apelar à razão (!?...)
Gostei!...