P’ra versos não tenho jeito
Não nasci p’ra versejar
A prosa surge-me a eito
É quase como falar
A rima não me sai bem
E não é que pouco tente
Faça-os quem jeito tem
Conquanto diga o que pense
Leio e releio a poesia
Pasmada, cheia d’encanto
Se pudesse eu a faria
Não tenho jeito p’ra tanto
Arte, engenho, inspiração
Uns têm em demasia
Sem fortuna sou então
De a ter eu gostaria
Não somos todos iguais
Desculpo-me eu a preceito
Imagino-os geniais
Faça-os quem tenha jeito
Fico até um pouco triste
Que raio por que não eu?
A pena eu ponho em riste
Nada sai de muito meu
No entanto até é fácil
Pelo menos quando se lê
Métrica?, é toda
táctil
O resto logo se vê
Paciência não me falta
Nada tem a ver com treino
Parece tudo estar em alta
É mesmo questão de jeito
Simples mortal eu serei
Em busca do que me anime
Só alguns podem ser rei
Duma arte tão sublime
Rendo-me, não tenho musas
Talvez nunca as venha a ter
Tenho imagens difusas
Desisto de as escrever!
3 comentários:
Se p'ra versos não tens jeito
O que direi eu então
Tento a torto e a direito
E poesia não sai não
Talvez tenha de aprender
Com quem de direito sim
Pois quando te estou a ler
Fico com pena de mim
Continua por favor
Nunca pares de escrever
Seja de alegria ou dor
Um poema vai nascer
Gostava de ser assim
Escrever com tanta certeza
Mostrar um pouco de mim
Como tu linda Teresa!
Só tu, com imensa graça
Me fazes sofrer assim
Meus versos são uma farsa
Os teus nunca têm fim
Farsa por serem espremidos
De ténue imaginação
Torço todos os sentidos
P’ra te responder João
Daí o meu sofrimento
A rima foge-me em tortura
Deixa constante lamento
Não me brinda com fartura
Tu, ao contrário, poeta
Nasceste com esse dom
Igualzinho a um profeta
Tuas palavras têm som
Já basta de sofrimento
Esgotei o meu saber
Diluí o pensamento
Agora, resta-me ler
Serás sempre aquele puto
Alegre, giro, amigão
Peço-te, em absoluto
Não me respondas João (lol)
Lol!! (Não é resposta...)
Enviar um comentário