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14 fevereiro 2014

Máscara



São tão tristes esses sentires da alma
Cheios de enganadores gritos mudos
Que gritam em silêncios tão surdos
A cegueira que se pretende calma

Então  as agruras ficam nos fundos
Mascara-se de alegre  o desamor
Alforroa-se com  grilhetas a dor
Silenciam-se os suspiros profundos

Se ser o que não somos é tão forte
Expliquem-me tamanho escondimento
Mais valia gritar sinceros gritos

Ofertar à  vida silêncios aflitos
Chorar alto o insane sofrimento

Que de tanto choro matasse a morte



P.S. - Foi já esta música referenciada (e hoje colocada) num post que escrevi no início da existência destes meus "Pequenos Mundos". Sempre que a canto ou oiço lembro a minha querida amiga Raquel e as saudades que tenho de nós. 

1 comentário:

joao rafael ventura ferreira disse...

E às vezes soltam-se sinceros gritos... Chora-se bem alto também!
Mas talvez por ser tudo tão espontâneo e gutural é difícil escrever o que se sente e de tão rápido e intenso, passar no momento para o papel...
Depois, não só é difícil matar a morte, como há coisas que são impossíveis de morrer de morte matada... Adorei o soneto!