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31 outubro 2006

Revoltinha




Foto: Minha autoria





Num país em que vivemos sem saber como nem por quanto tempo, urge pensarmos no nosso umbigo através do dos outros. Mãos limpas e consciência ainda mais alva cometem-se atrocidades sem que a legislação se adeqúe. Não existe punição à cobardia e ao egoísmo e as almofadas fofas amparam cérebros com casca em caspa.

Em vão se torna o demorado pedido de explicação, ganha a cadeira do topo, que não se parte por ser tão mole (ensinamentos do passado). Revertem-se os dogmas, afiam-se os provérbios e da miscelânea sai o Chico esperto, que de esperto nada tem.

Mais tarde ou mais cedo todos caem, mas antes levam os inocentes que, de tanto se não defenderem, passam a culpados.

Por aqui eu, inocente culpada que gosto mesmo é de música e letras e amizades e vidas simples e que, de tanto gostar, me reduzo a inutilidades e vazia de tudo me torno, esgoto o pensamento em irremediáveis situações e puno-me de incapacidades.
É que nem a voz me sai.

Mas a minha estrelinha ainda brilha, o meu mar ruge em espuma inofensiva e a minha noite rompe-se em silêncios cheios de cumplicidade. O radioso amanhã virá, como tudo o que é bom faz-se esperar, mas virá…

Até lá treinarei o meu grito.

1 comentário:

ManivelasdaMente disse...

Grite, grite, grite e...oxalá venha!