Páginas

24 janeiro 2006

17 Anos



14 de Outubro de 2005

Fazes 17 anos... fico sem palavras ao pensar como o tempo passa tão rápido!

Parabéns filho meu! Que sejas muito feliz na vida que te dei, mas lembra-te de dar uma ajudinha, isso é indispensável.

Por vezes somos os nossos piores inimigos, no entanto, eu acredito que TU - o MEU FILHO LINDO - um dia vai sorrir ao perceber que a felicidade se constrói pedacito a pedacito, como um puzzle, com muita paciência, mas essencialmente com empenho e decisão.

Sorry se tudo isto soa a lição de moral, não pretendo tal, apenas quero recordar-te que acredito em ti como ser humano, não porque nasceste de mim, mas porque, ao olhar-te, a ternura que sinto é tão grande que não cabe dentro do meu coração e eu SEI que jamais sentiria ternura tamanha por alguém que não merecesse.

Escusado se torna dizer mais...
Tu sabes o quanto desejo que sejas feliz...
Tu sabes o quanto anseio que nada de mal te ensombre esses olhos lindos...
Tu sabes o quanto esta mãe te ama!

Faz-me o favor de ACREDITAR EM TI!!!!!
E
PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSS



24 de Janeiro de 2006

Hoje acrescentaste o teu nome à lista de recenseamento militar, tu - o meu filho lindo – o bebé que vi nascer e que mal sentiu o exterior de mim, de pescoço bambo e tamanhos olhos esgazeados, parecia perguntar-me o que tinha acontecido ao lugar que o mantivera quentinho e confortável durante nove meses, o local onde sentia o bater do meu coração, tão perto.

O bebé que teimava em dormir em qualquer sítio, sem choros, o bebé glutão que embelezou a minha vida, lhe deu sentido, me acrescentou em importância e orgulho. O bebé que se fez criança, uma criança linda, que descia as escadas pé ante pé, de olhar maroto e mão levantada, onde eu via um polegar pertinho do indicador, sinal de que queria “só mais um pocaninho”, antes de dormir – e eu não resistia, sorria, fazendo-a correr até mim, onde se aninhava nos meus braços por mais esse “pocaninho”.

A criança que me espantava com as pertinentes perguntas e que jamais exigiu o que não podia ter. A mesma criança a quem eu deixava pregar-me partidas e sustos, rindo da minha cara e que em noites de medo me chamava, em aparente calma, com um repenicado “mãããããeeeee”, baixinho, mas o suficientemente audível, para me levar ao seu quarto onde, à força de socos no ar, espantava do seu imaginário os fantasmas e monstros, até à calma, até o sono vencer. A criança que fazia teatro, se mascarava, dançava, cantava e em poses incríveis se deixava fotografar. A criança que teimava em colocar mochilas às costas e que, dizendo-me adeus, abria a porta e saía, em busca de algo que imaginava ser capaz de encontrar, obrigando-me a segui-la, maravilhada com a sua audácia.

A criança que defendeu ideais, sem medo, surpreendendo professores pelas noções de justiça e igualdade de direitos, teimosamente, sem vergar. Aquela criança que me segurava a mão e em risos ansiosos me obrigava a segui-la pelos lancis dos passeios, até casa, contando os desequilíbrios que nos fazia “cair” dos mesmos, até sete quedas a que dava o nome de “vidas”. Aquela que, perante o olhar curioso das pessoas, me obrigava a esconder e a escondê-la dos dinossauros (simples carros estacionados), sussurrando um “cuidadoooooo” enquanto avançava devagar, de cócoras, até decidir que não existia perigo, fazendo-me correr e soltar vários ufffs de alívio ao avistar o seu bracito levantado, sinal de que o caminho estava livre e que mais uma vez me tinha salvo a vida.

Foste sempre especial e eu uma mãe de sorte.

Hoje, aos 17 anos, colocaste o teu nome numa lista - uma lista de mancebos... pondo a hipótese de seres voluntário, sabe-se lá com que resultados, sabe-se lá para quantos lancis atravessares, quantos fantasmas, monstros e dinossauros afugentares, só que desta vez só, sem mim, a tua mãe.

Amo-te filho-homem, não te esqueças que estou aqui, atenta ao levantar do teu braço, de olhos postos no polegar e indicador das tuas mãos, sempre disposta a dar-te mais um “pocaninho” de tempo, esse tempo que sendo meu é e será sempre teu.

2 comentários:

Anónimo disse...

...de lágrima nos olhos ... sim porque eu consegui ler até ao fim ... afirmo para quem quiser ouvir ... Sinto-me agradecida pelos nossos caminhos se terem cruzado ... o teu caminho "mãe", e o teu caminho "filho" ... é com alegria que posso dizer que estive por perto desse crescimento especial e único ... as saudades .. as tantas saudades ... daquele olhar travesso e intenso ... das perguntas pertinentes dos abraços fugidios ... das beijokas quase que imploradas ....
A ti "filho" orgulha-te da "mãe" fenomenal que escolheste ...
A ti "mãe" agradece a benção de teres sido escolhida por este "puto" irreverente, com um coração maior que o mundo ...

a_ciganita disse...

Outra cunhadita linda...
Com que então agradeciada pelos nossos caminhos se cruzarem?? Que direi eu??, (para não falar do meu mano claro). Agradecida estou eu, por teres estado presente no mundo dessa criança; por fazeres aqueles pitéus aquando das nossas reuniões familiares (e que bonita fica a mesa, cheia de cores de fruta diversa); por engendrares encontros de primos, onde a malta se deixa filmar, ansiando as montagens diabólicas que farás; por nem sempre me ganhares aos dados (grrrrrr); e, PRINCIPALMENTE, por me teres dado esse afilhado lindo, que delicia, com as suas histórias e meiguices, a vida desta grande família.
Já agora... tenho cada vez mais a certeza de que ele sai à madrinha. Tenho! tenho!