Páginas

20 janeiro 2006

Quero a Minha Alegria de Volta e Já!


Quisera escrever algo alegre, mas não sai nada que a isso se assemelhe. Porque diabo escreverei eu se saem contínuas tristezas destas frases? O choro espreita por detrás das órbitas, o esforço que faço em não chorar vence-se a ele próprio e... choro! Que raivaaaaaaaaaa!!!!

As lágrimas saem em catadupa e queimam-me as faces que já não sinto minhas. Algo se passa em mim que me desagrada. Ando demasiado triste, faço das tripas coração para não chorar à toa, em frente de qualquer um. Alheio-me dos outros colocando os headphones por onde saem notas de músicas repetidas. Nem sequer me esforço por “virar o disco”. Anseio todos os dias por chegar a casa e deitar-me para cima de uma cama onde desabafe as minhas mágoas. Desabafe, disse eu... que desabafo?, se não sei o que se passa na realidade. O que é certo é que chego a casa e não quero nem olhar para cama alguma. Estou vazia... credo... vazia! Pareço derrotada, não consigo ver as alegrias, não rio, não protesto, pareço aceitar tudo sem questionar.

Estou verdadeiramente assustada comigo. A qualquer momento parece que a corda não vai aguentar mais e rebenta. Pior é que não sei se é elástica e me projectará ou não para algum sítio onde me quede para sempre, derrotada, sem forças, toda partidinha.

Parece-me ser uma questão de tempo. Com um pouco de sorte caio para o lado certo e levanto-me de um ápice, com todos os ossos intactos, cheia de vontade de viver, com um respiro pleno de cores quentes e emoções alegres.

Até lá... sinto a queda abrupta da montanha da vida fria, coberta de neve, que me vai gelando a alma e o corpo e me inanima para a vida, pior é que estou a deixar...

Não é novidade alguma que não sei o que quero... repito-me sempre. Só que desta vez para além do não saber, não me sinto aquela pessoa que acredita no amanhã e não se importa com o desconhecido..

A revolta nem sequer é revolta é derrota. Ufff. Derrota não sei de quê, por não saber qual a luta que travo (ou travei?). Por que raio de caminhos ando eu?? Que ânsias são as minhas, que desejos, que vontades, por que credos e credulidades me movo?

Ai... que já nem sei de mim, ai... que já não encontro a minha pessoa, ai... que o grito não sai e eu sufoco e morro. Ai Ai...

Penso ainda que tudo passará. O sofrimento não é de todo algo que goste sentir, daí o meu espanto. Em outras alturas luto sempre, rio e canto e danço. Agarro-me à esperança, às cores do imaginário. Só que não me apetece imaginar nada. Perdi a fé nos sonhos, não quero sonhar, não quero sonhar, não quero sonhar.... NUNCA MAIS! NUNCA MAIS! Nunca Mais! nunca mais! E não sei contra o que lutar... contra mim? De novo? Sempre?

As palavras doem-me, as frases agridem-me e eu estou um completo chaço, torcido e enferrujado.

Falo alto o meu nome implorado, suplicado, mas o coma não me larga e a voz fica longe, mal me toca. O meu corpo dobra-se que nem um pacote hermético, não deixa entrar a mão que estendo. Recuso a minha ajuda, não me aceito, não sei o que dizer-me, o que fazer-me.

Estou no luto de mim mesma... Morri!?

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns.........és lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa